Robô-cirurgião faz furos com precisão milimétrica. Encara?
Os cientistas deram um grande passo à frente com o último tipo de bot: em um estudo publicado na revista "Science Robotics", uma equipe do Centro de Pesquisa de Engenharia Biomédica da ARTORG, na Suíça, relata a primeira cirurgia de implante coclear (para recuperar audição de pacientes) assistida por um robô.
O robô seria perfeitamente projetado para perfurar um túnel muito fino em um crânio humano. Em teoria, poderia ser aplicado a outros tipos de cirurgias. Mas em cirurgias de implantes cocleares ele dá uma grande vantagem. Esse tipo de implante, que melhora a capacidade de deficiência auditiva, funciona captando o som com um microfone externo, processando-o e transmitindo esse som como impulsos elétricos diretamente para o nervo auditivo.
Para encaixar um implante coclear, os cirurgiões têm que acessar o ouvido médio perfurando um túnel de 2,5 milímetros de largura por meio de um pedaço de crânio cercado por nervos faciais e gustativos. Devido à dificuldade dessa manobra, cerca de 30% a 55% dos pacientes realmente perdem alguma "audição residual" –sons que ouviam apesar dos problemas existentes com seus ouvidos– no processo de obtenção do implante.
"Os seres humanos estão operando nos limites de seus conjuntos de habilidades, hapticamente e visualmente", diz o principal autor do estudo, Stefan Webe. "Mas se for projetado corretamente, um sistema robótico pode operar em qualquer resolução, seja um milímetro que você precise ou um décimo de milímetro."
Depois de anos trabalhando no design do robô e criando mecanismos de segurança –incluindo uma análise de crânio do paciente pré-cirúrgico para personalizar o plano de tratamento robótico e o monitoramento do nervo facial para verificar se o robô não prejudicaria os tecidos adjacentes durante a cirurgia– o robô foi usado pela primeira vez neste ano em uma paciente de 51 anos. Desde então, ajudou em três cirurgias adicionais e bem-sucedidas. Os pacientes ainda estão sendo avaliados para determinar o quanto sua experiência auditiva foi melhorada.
Agora, a equipe de Weber está trabalhando no uso de um robô para a última etapa da implantação, enfiando um eletrodo no ouvido interno. Eles tiveram algum sucesso, mas esse estágio requer muito mais ajustes e verificações de segurança. "Eu não iria tão longe a ponto de dizer que poderíamos automatizar o processo de inserção", diz Weber, "mas nosso objetivo é otimizá-lo."
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