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Homem é avisado que sofre de doença terminal por "robô"; família se revolta

Gabriel Francisco Ribeiro

09/03/2019 10h46

Médico deu diagnóstico por meio de tela de vídeo instalada em um "robô" (Crédito: Reprodução)

Um norte-americano foi avisado de que sofria de uma doença terminal pelo o que sua família chama de "robô" com uma tela de videoconferência com seu médico. O caso, reportado pela NBC e pela emissora local KTVU na última quinta (7), revoltou a família do paciente.

O enfermo foi identificado como Ernest Quintana, de 78 anos. Ele se dirigiu no último domingo ao departamento de emergência do Centro Médico Kaiser Permanente, localizado na cidade de Fremont, onde entrou em tratamento intensivo. Após a realização de exames, uma enfermeira avisou que um médico faria uma ronda pelo local.

Annalisia Wilharm, neta do paciente, afirmou que então um robô entrou pela sala com o médico sendo exibido na tela de vídeo da máquina – o momento chegou a ser filmado por ela. Por meio do aparelho, o médico afirmou que os pulmões de Quintana estavam falhando e que o paciente não tinha muito tempo de vida.

A neta do enfermo disse que ficou chocada ao ouvir o diagnóstico por meio do robô em conferência com o médico. Ela ainda comentou que estava sozinha com o avô no momento e teve que repetir parte do diagnóstico para Quintana, já que ele tinha audição ruim no ouvido esquerdo e o equipamento não poderia passar para o outro lado da cama. O caso revoltou a família.

"Se você está vindo nos informar notícias normais, tudo bem. Mas se está vindo dizer que não há mais pulmão e queremos colocar você em morfina até morrer, isso deveria ser feito por um humano e não uma máquina", criticou Catherine Quintana, filha do paciente, à agência de notícias AP.

Ernest Quintana acabou morrendo na terça, dois dias após o polêmico aviso pela máquina de que não tinha muito tempo para viver.

Hospital defende tecnologia

Segundo o hospital, a máquina não navega sozinha pelo local e foi levada ao quarto por uma enfermeira. Em um comunicado enviado à NBC, Michelle Gaskill-Hames, vice-presidente do centro médico, afirmou que o caso foi uma "circunstância altamente incomum".

"Lamentamos não atender as expectativas do paciente e da família nesta situação e usaremos isso como uma oportunidade para revisar como melhorar a experiência do paciente com recursos de teleconferência", afirmou.

O hospital ainda questiona o uso da palavra "robô" para descrever a tecnologia de teleconferência. A vice-presidente aponta em seu comunicado que o equipamento permite que o pequeno hospital tenha "especialistas adicionais" ajudando pacientes em mais horas do dia.

"Essa tecnologia em vídeo é uma conversação ao vivo com um médico usando uma tecnologia de televídeo e sempre com uma enfermeira ou outro médico no quarto para explicar o motivo e a função da tecnologia. Ela não substitui, nem substituiu, avaliação e conversações ao vivo com o paciente ou membros da família", explica.

Sobre o Blog

O Roblog é a casa dos robôs mais fofos, descolados e curiosos desse mundão doido. É produzido pela equipe do UOL Tecnologia.